Desde pequena, sou certinha. Trabalho demais, sigo regras, não saio da linha. Sou a exemplar como filha, profissional e cidadã.
Faço a minha parte exatamente como manda
o figurino. E, fazendo a minha parte, sinto-me cada vez mais sufocada.
Sempre sonhando com alguém “daquele jeito”, porém recriminada pelas
regras de como deve ser o homem ideal.
Sonho com “aquela” situação, mas seria
muita falta de pudor vivê-la. Sonho com um lugar, mas frequentá-lo seria
fora de cogitação!! Um eterno e sem graça ‘esconde-esconde’, onde me
escondo de mim mesma, dos meus sonhos, desejos e anseios. Onde me
enterro, cada dia mais, num mundo de falsa moralidade.
Um belo dia, como mágica, acordei com
uma coragem enorme. Respirei fundo, enchi o pulmão de ar e fui à luta…
Eu me permiti fazer tudo o que sempre desejei: saí da linha, dei cada
passo do meu jeito meio torto, me despi do pudor, do medo do meu próprio
preconceito.
Tirei a máscara da mulher perfeita e pude, pela primeira vez, me mostrar e me ver, como sou.
Como é boa a sensação de liberdade e doce o sabor do proibido. Como é gratificante ser vista como verdadeiramente sou.
E, mesmo que de uma forma restrita (ainda), poder ser verdadeiramente EU!!
(Texto de minha autoria publicado no Retratos da Alma em 26/05)
Indicação perfeita da @Tatikielber Li e apreciei!Texto nada menos que excelente! Bjs
ResponderExcluir