Desde pequena, sou certinha. Trabalho demais, sigo regras, não saio da linha. Sou a exemplar como filha, profissional e cidadã. Faço a minha parte exatamente como manda o figurino. E, fazendo a minha parte, sinto-me cada vez mais sufocada. Sempre sonhando com alguém “daquele jeito”, porém recriminada pelas regras de como deve ser o homem ideal. Sonho com “aquela” situação, mas seria muita falta de pudor vivê-la. Sonho com um lugar, mas frequentá-lo seria fora de cogitação!! Um eterno e sem graça ‘esconde-esconde’, onde me escondo de mim mesma, dos meus sonhos, desejos e anseios. Onde me enterro, cada dia mais, num mundo de falsa moralidade. Um belo dia, como mágica, acordei com uma coragem enorme. Respirei fundo, enchi o pulmão de ar e fui à luta… Eu me permiti fazer tudo o que sempre desejei: saí da linha, dei cada passo do meu jeito meio torto, me despi do pudor, do medo do meu próprio preconceito. Tirei a máscara da mulher perfeita e pude, pela p...
"Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo, prefiro acreditar no mundo domeujeito" (Renato Russo)